Data de nascimento: 27/06/1908
Data de falecimento: 19/11/1967
Natural de: Cordisburgo
− MG
Local de falecimento: Rio
de Janeiro − RJ
Profissões: Contista,
novelista, romancista e diplomata.
Locais de residência:
Hamburgo:
- Cônsul Adjunto no Consulado Geral do Brasil em
Hamburgo (1938-1942)
Bogotá:
- Secretário da Embaixada do Brasil em Bogotá (1942-1944)
- Secretário-Geral da Delegação Brasileira na IX
Conferência Interamericana (1948).
Paris:
- Primeiro-Secretário e
Conselheiro da Embaixada do Brasil em Paris (1948-1951)
- Secretário da Delegação Brasileira na Conferência
da Paz (1948)
- Representante
do Brasil na Sessão Extraordinária da Conferência da UNESCO (1948)
- Delegado do Brasil na IV Sessão da Conferência
Geral da UNESCO (1949)
Minibiografia:
João
Guimarães Rosa é contista, romancista, poeta, médico e diplomata. Em 1930,
formou-se em medicina pela Universidade de Minas Gerais. Exerceu a profissão
por dois anos na cidade de Itaguara, interior de Minas Gerais, o que permitiu
que ele conhecesse o cotidiano dos sertanejos, como mais tarde mostrou em seus
contos, novelas e no romance Grande
sertão: Veredas. Trabalhou como oficial-médico no 9º Batalhão de
Infantaria em Barbacena, na Revolução Constitucionalista. Em 1934, iniciou a
carreira diplomática, sendo favorecido pelos conhecimentos de idiomas, que começou
a aprender aos sete anos de idade. Em 1937, recebeu prêmio da Academia
Brasileira de Letras (ABL) por seu único volume de poesia, Magma, cuja primeira edição
saiu em 1997. Nesse mesmo ano, participou de outro concurso com a coletânea de
contos Sagarana,
que ficou em segundo lugar. O volume foi revisado pelo autor e publicado em
1946. Em 1961, o autor ganhou o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua
obra literária. Em 1963, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL),
por unanimidade, mas, por ser supersticioso, adia a cerimônia de posse por
quatro anos, e veste o fardão em 16 de novembro de 1967. Morre três dias
depois, no Rio de Janeiro.
Em janeiro de 1965, o autor participou do Congresso
de Escritores Latino-Americanos, em Gênova. Nesse evento foi constituída a
Primeira Sociedade de Escritores Latino-Americanos, da qual o próprio Guimarães
Rosa e o guatemalteco Miguel Ángel Asturias foram eleitos vice-presidentes.
O autor é constantemente comparado a Euclides
da Cunha. Segundo Willi Bolle, a diferença entre eles era que Euclides da Cunha
não estudou a fundo os documentos oficiais aos quais teve acesso, enquanto
Guimarães Rosa o fez. Euclides da Cunha não dava a devida importância à
religião e ao modo como o sertanejo articulava seu pensamento, enquanto Rosa
conectou seus estudos a historias infantis de caçadas, leituras e viagens
nacionais e internacionais, de forma que ele criou um hipertexto o qual
utilizou em suas obras (Menezes, Roniere. 2001, p. 116-117).
Os textos escritos por Guimarães Rosa eram
influenciados por seu pai. Guimarães Rosa pedia que seu pai lhe enviasse
historias relacionadas aos detalhes do trabalho na roça, da fala do povo, dos
tipos de plantas e sobre as pessoas de Cordisburgo. Dessa forma, ele juntava as
cartas do pai com suas pesquisas sobre o tema e reelaborava tudo.
O autor salvou a vida de muitos judeus durante
a Segunda Guerra, dando a eles os vistos necessários para que eles saíssem do
país.
Obras:
- Contos
Esse
livro contém nove histórias; “O burrinho Pedrês”, “A volta do marido pródigo”,
“Sarapalha”, “Duelo”, “Minha gente”, “São Marcos, “Corpo fechado”, “Conversa de
bois” e “A hora e a vez de Augusto Matraga”. Cada conto é encenado no sertão de
Minas Gerais.
Com o vaqueiro Mariano. Rio de Janeiro: Editora Hipocampo, 1952.
O recado do morro. Rio de Janeiro: Editora
Nova Fronteira, 1956.
Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Editora José
Olympio, 1962.
Esse livro traz vinte e um contos que possuem variados temas,
como fantasia e autobiografia.
Tutameia (Terceiras
estórias).
Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1967.
Esse livro reúne vários
contos escritos originalmente para revista. Neles o autor conta historias que
acontecem em lugares como a região Centro-Oeste, o sertão mineiro, as velhas
fazendas e pequenas povoações.
Fita verde
no cabelo – Nova velha estória. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1992.
Esse conto é uma releitura
da história de “Chapeuzinho vermelho”. Inicialmente esse conto circulou no
jornal O Estado de São Paulo, em 1964
e, posteriormente, foi publicado em Ave,
palavra, até que em 1992 ganhou uma edição própria.
As margens da alegria. Rio de Janeiro: Editora
Nova Fronteira, 2010.
Antes das primeiras
estórias. Rio
de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2011.
Esse livro apresenta contos que mostram um Guimarães Rosa já
com domínio da escrita e da construção de personagens, mesmo anteriores à sua
estreia em livro.
Esse livro traz uma coletânea de contos fundamentais de
Guimarães Rosa, como “A terceira margem do rio”, “Meu tio, o Iauaretê” e “A hora e a vez de Augusto Matraga”.
Corpo de baile. Rio de Janeiro: Editora
José Olympio. 2 vols. 1956.
Esses livros, trazem 7 novelas, as quais mais tarde foram
redivididas em três livros: Manuelzão e
Miguilim; No Urubuquaquá, no Pinhém
e Noites no sertão.
Manuelzão e Miguilim. Rio de Janeiro: Editora
Nova Fronteira, 1964.
Esse livro contém duas novelas que se complementam. A primeira,
“Campo Geral” conta sobre a infância de Miguilim, marcada pelas descobertas da
vida, que às vezes eram dolorosas, e a velhice do vaqueiro Manuelzão, na qual
ele se recorda do que é a vida, como se já estivesse acostumado a ela e tivesse
se esquecido da sua dinâmica.
Esse livro é composto por três novelas, cujos personagens
principais são idosos que têm um conhecimento transcendente. Na primeira
novela, “O recado do morro”, Gorgulho, um idoso solitário, ouve um enigma que
deve ser repetido, divulgado e transformado. No segundo, “Cara de bronze”, o
personagem principal está paralisado por causa de uma doença; então ele entra
em contato com a poesia das paisagens através das histórias contadas por outros
vaqueiros. Já no último, “A estória de Lélio e Lina”, a idosa é confundida com
uma jovem pelo rapaz, por conta da forma com que se move e do timbre da sua
voz. Assim ela acaba dividindo com ele sua experiência em relação ao amor.
As duas histórias presentes nesse texto possuem como ponto comum
a sexualidade como uma força cativante que se sobrepõe a preconceitos e
convenções. A primeira novela, “Dão-Lalalão”, conta a história de um vaqueiro
valentão que se apaixona por uma mulher que trabalhava em um bordel. Ele a tira
dessa vida e faz dela sua esposa, embora esteja feliz ao seu lado, ainda fica
ressentido por alguns companheiros a reconhecerem por causa de seu antigo
trabalho. Na segunda, chamada “Buriti”, é narrada a história de quatro pessoas
que vivem em uma fazenda, em um clima de sensualidade que faz com que
aproximações surpreendentes aconteçam.
Esse livro reúne oito novelas nas quais o autor conta sobre o
grande sertão. As histórias presentes nesse livro são: "Página de
saudade", "A simples exata história do burrinho comandante",
"Os chapéus transeuntes", "Entremeio: com o vaqueiro
Mariano", "A estória do homem do pinguelo", "Meu tio o
Iauaretê", "Bicho mau", "Páramo", "Retábulo de
São nunca", "O dar das pedras brilhantes".
Grande sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Editora
José Olympio. 1956.
Tema: Esse livro conta a história
de Riobaldo. Ele foi escrito em primeira pessoa, portanto o próprio Riobaldo
nos conta sua história, dizendo sobre sua infância, e a vida de jagunço.
Campo geral. Rio de Janeiro: Editora
Nova Fronteira, 1964.
Ave, palavra. Rio de Janeiro. Editora
Nova Fronteira, 1970.
Esse livro possui vários tipos de textos, como contos, poesias,
notas de viagens, trechos de diário, meditações e ainda poemas dramáticos e
reflexões filosóficas.
Magma. Rio de Janeiro: Editora
Nova Fronteira, 1997.
Esse livro é o único trabalho poético do autor. Ele reúne vários
poemas e foi publicado postumamente.
Correspondências:
Esse livro traz correspondências entre
Guimarães Rosa e suas netas, entre os anos de 1966 e 1967. Ele possui cartões,
anotações, desenhos feitos pelas crianças e recortes de jornal sobre o autor
com anotações feitas para as meninas.
Cartas a
William Agel de Mello. Cotia: Editora: Ateliê Editorial, 2003.
Esse livro traz correspondências entre
Guimarães Rosa e William Agel de Mello, que estava traduzindo Grande sertão: Veredas para o
castelhano.
Premiações e distinções:
Prêmios literários:
Prêmio da Academia Brasileira de Letras, pela obra Magma (1936).
Prêmio Felipe d’Oliveira, pela obra Sagarana (1946).
Prêmio Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro, pela
obra Grande sertão: Veredas (1956)
Prêmio Carmen Dolores Barbosa, pela obra Grande sertão: Veredas (1956)
Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto da obra (1961).
Prêmio Paula Brito, pela obra Grande sertão: Veredas (1957)
Prêmio do PEN Clube do Brasil, pela obra Primeiras estórias (1963)
Prêmio Jabuti de Produção Gráfica (menção honrosa), pela obra
Tutameia – Terceiras estórias, em
2002.
Prêmio Jabuti de Produção Gráfica (menção honrosa), pela obra
Estas estórias em 2002.
Bibliografia Consultada
ACADEMIA
BRASILEIRA DE LETRAS. Guimarães Rosa. Bibliografia.
Disponível em:
<http://www.academia.org.br/academicos/joao-guimaraes-rosa/bibliografia>. Acesso em: 13 de 2017.
ACADEMIA BRASILEIRA DE
LETRAS. Guimarães Rosa. Biografia.
Disponível em:
<http://www.academia.org.br/academicos/joao-guimaraes-rosa/biografia>.
Acesso em: 13 de Set. de 2017.
BORTOLOTI,
Marcelo. Correspondência inédita de
Guimarães Rosa mostra a influencia do pai em sua obra. Revista Época. Data:
25 de Set. de 2015. Disponível em:
<http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/09/correspondencia-inedita-de-guimaraes-rosa-mostra-influencia-do-pai-em-sua-obra.html>.
Acesso em: 06 de Out. de 2017.
GUIMARÃES Rosa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de
Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa7554/guimaraes-rosa>.
Acesso em: 11 de Set. 2017. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.
JUNIOR, Arnaldo Nogueira. Guimarães Rosa. Biografia. Disponível em:
<http://www.releituras.com/guimarosa_bio.asp>. Acesso em: 06 de Out. de
2017
LIVRARIA
CULTURA. Tutameia. Disponível em:
<https://www.livrariacultura.com.br/p/livros/literatura-nacional/contos-e-cronicas/tutameia-terceiras-estorias-56349>. Acesso em: 15 de Set. de 2017.
LIVROS
PARA LER E RELER. Fita verde no cabelo:
Nova velha estória – Guimarães Rosa. Disponível em:
<https://livrospralerereler.blogspot.com.br/2013/01/fita-verde-no-cabelo-nova-velha-estoria.html>.
Acesso em: 06 de Out. de 2017.
LIVRARIA
TRAVESSA. Estas estórias. Disponível
em: <https://www.travessa.com.br/estas-estorias/artigo/69854be9-9cba-4fa9-ae80-97f549500573>. Acesso em: 02 de Out. de 2017.
MENEZES,
Roniere. O traço, a letras e a bossa:
Literatura e diplomacia em Cabral, Rosa e Vinicius. Belo Horizonte: Editora
UFMG,2011.
NNDB. João Guimarães Rosa. Disponível em: <http://www.nndb.com/people/903/000140483/>.
Acesso em 15 de Set.. de 2017.
Pesquisa realizada por
Else R. P. Vieira e Thaís do Rosário Paiva
©Else R. P. Vieira
Coordenadora do Projeto Integrado “Escritores Brasileiros no
Exterior: residência diplomática, literária e acadêmica” , patrocinado pela
CAPES/Ministério da Educação, entre as Universidades de Londres (Queen Mary
College) e Federal de Juiz de Fora (Programa de Pós-Graduação em Letras:
Estudos Literários)
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