Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo

Nome: Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo

Data de nascimento: 14/04/1857

Data de falecimento: 21/01/1913

Natural de: São Luís – MA

Local de falecimento: Buenos Aires

Profissões: Caricaturista, jornalista, romancista e diplomata.

Locais de residência:

• Vigo (Espanha):     

o        Vice-Cônsul no Consulado do Brasil em Vigo (1895 – 1965)

• Yokohama:  

o        Vice-cônsul no Consulado do Brasil em Yokohama (1968 – 1973)

• La Plata (Argentina):         

o        Cônsul no Consulado do Brasil em La Plata (1899 – 1901)

• Cardiff (País de Gales, Reino Unido):   

o        Cônsul no Consulado do Brasil em Cardiff (1901 – 1973)

• Assunção (Paraguai):       

o        Cônsul de Primeira Classe na Embaixada do Brasil em Assunção (1910 – 1973)

• Buenos Aires (Argentina):           

o        Adido Comercial na Embaixada do Brasil em Buenos Aires (1968 – 1973)

• Santiago (Chile):    

o        Adido Comercial na Embaixada do Brasil em Santiago (1968 – 1973)

• Assunção (Paraguai):       

o        Adido Comercial na Embaixada do Brasil em Assunção (1968 – 1973)

• Montevidéu (Uruguai):      

o        Adido Comercial na Embaixada do Brasil em Montevidéu (1968 – 1973)

O posto de Adido Comercial na Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai era concomitante.

Minibiografia:

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo era filho do Vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e de Emília Amália Pinto de Magalhães. Quando era novo se interessou pelas artes, principalmente desenho e pintura, então se matriculou no Liceu Maranhense, em 1871. Após cinco anos, foi para o Rio de Janeiro para estudar na Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), iniciou também sua colaboração em jornais e exerceu a função de caricaturista em O Fígaro. Em decorrência da morte de seu pai, voltou a São Luís em 1878. Lá, estreou como romancista, com o livro Uma lágrima de mulher (1879). Em 1880, participou da fundação do periódico anticlerical O Pensador, do qual se tornou um dos redatores. No ano seguinte, lançou o romance O mulato, que critica a sociedade maranhense e provoca grande polêmica por seu realismo, o que fez com que ele retornasse ao Rio de Janeiro, em 1881. Memórias de um condenado e Mistérios da Tijuca foram publicados em folhetim em 1882, respectivamente em A Gazetinha e Folha Nova. Aluísio Azevedo reorganiza e reescreve trechos de O mulato, para uma nova edição em 1889, de forma que o conteúdo fosse menos polêmico. Em 1895, mudou-se para a Espanha, na condição de vice-cônsul, após a edição do Livro de uma sogra. Transferiu-se para Yokohama, no Japão. Em 1899, depois de ser nomeado cônsul, se estabeleceu em La Plata, na Argentina. Depois de dois anos se mudou para Cardiff, no País de Gales. Em 1940, em Assunção (Paraguai), foi nomeado cônsul de primeira classe. Depois de algum tempo tornou-se adido comercial do Brasil na Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Porém, no final do mês de agosto de 1912, o escritor foi atropelado. Acredita-se que sua morte seja consequência das sequelas do acidente.

Obras:

• Romances

Uma lágrima de mulher.  S.l:s.n, 1880.

Esse livro narra a história de Rosalina e Miguel, dois amigos que acabaram se apaixonando. O pai de Rosalina, que havia ficado rico, não aprovava o namoro, então em uma noite brigou com Miguel que acabou caindo de um penhasco. Rosalina e sua família se mudaram para Nápoles, onde viviam uma vida luxuosa. Após quatro anos, a menina não se lembrava mais de Miguel, pois achava que o mesmo havia morrido. Porém ele sobreviveu à queda e foi até Nápoles para tentar reconquistar a moça que já estava prometida a um homem rico.

Memórias de um condenado (reeditado com o título A condessa Vésper). Rio de Janeiro: Gazetinha, 1882.

Casa de pensão. Rio de Janeiro: A Folha Nova,1884.

A narrativa em terceira pessoa do singular focaliza a história de Amâncio, um jovem maranhense que se muda para o Rio de Janeiro para estudar medicina na Corte. Lá ele mora de favor na casa de um amigo de seu pai, para economizar dinheiro, porém o menino desejava morar sozinho para aproveitar a noite. Amâncio era um menino medroso e franzino, que apanhou muito do pai na infância, mas sua mãe o enchia de cuidados. Tais fatos acabaram fazendo com que ele não se tornasse um adolescente forte e corajoso. 

Mistérios da Tijuca (reeditado com o título Girândola de amores). Rio de Janeiro: H. Garnier, 1882.

Filomena Borges. Rio de Janeiro: Gazeta de Notícias ,1884.
Esse é o quinto romance de Aluísio Azevedo. Ele narra a história de Borges e Filomena, um casal no qual ela é ambiciosa e busca, através do casamento, uma forma de ascender socialmente. Ele, no entanto, embora possua bens, é pacato, dócil cidadão sem muitas ambições.

O mulato. Rio de Janeiro: H. Garnier, 1881.

Esse livro trata do preconceito contra os negros no Maranhão daquele período e também da corrupção clerical.

O homem. S.l:s.n, 1887.

Esse livro narra a história de Magdá, uma mulher que sofre de histeria em decorrência de questões afetivas não resolvidas. Quando a mesma está em estado de delírio, a livre expressão de sua sexualidade e carência amorosa são ampliadas. Quando está lúcida, se refugia em princípios morais e religiosos, negando as experiências que viveu durante suas crises. Já Luís, outro personagem da trama a quem o título do livro se refere, é um trabalhador de pedreira, é o parceiro amoroso de Magdá durante seus delírios.

O cortiço. Rio de Janeiro: H. Garnier, 1890.

Esse livro narra a história da ascensão social de João Romão, um português. Além disso, é contada também, a história de um cortiço de sua propriedade, onde acontecem adultérios, e vários problemas decorrentes do convívio social. Nesse livro há um choque entre o Velho Mundo e a beleza e exuberância do Brasil, representado pela relação entre o meio físico, geográfico e social e os personagens.

O coruja. S.l:s.n, 1890.

A mortalha de Alzira. Rio de Janeiro: Gazeta de Notícias, 1894.
O enredo se desenvolve na França, durante o reinado de Luís XV. Acompanhamos um padre, cujo nome é Ângelo, que tenta de todas as formas esconder e suprimir a paixão e o desejo que sente por uma cortesã chamada Alzira.

Livro de uma sogra. Rio de Janeiro: Domingos de Magalhães, 1895.

Esse livro acompanha os pensamentos de Dona Olímpia, a sogra a quem o título se refere, acerca de sexo, fidelidade e casamento.

• Contos

Demônios. São Paulo: Teixeira e Irmãos,1895.
Esse primeiro livro de contos do autor reúne pequenas narrativas  humorísticas e um conto longo chamado “Demônios”. A maioria dos textos trata de temas urbanos e se passam no Rio de Janeiro.

Pegadas. Rio de Janeiro: H. Garnier, 1897.

Tema: Coletânea de contos escritos pelo autor.

• Teatro

Os doidos. S.l:s.n, 1879

Flor-de-lis. Rio de Janeiro: Domingos de Magalhães, 1882.

Casa de Orates. Rio de Janeiro: Revista de Teatro - SBAT, 1882.

Fritzmack. Rio de Janeiro: Luís Braga Júnior, 1889.

A República. S.l:s.n, 1890.

O caboclo. S.l:s.n, 1886.

Um caso de adultério. S.l:s.n,  1891.

Em flagrante. S.l:s.n , 1891.

Premiações e distinções:
Fundador da cadeira número quatro da Academia Brasileira de Letras, sucedido por Alcides Maya.

Bibliografia Consultada:

1.    ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Bibliografia. Aloísio Azevedo.

Disponível em: < http://www.academia.org.br/academicos/aluisio-

azevedo/bibliografia>. Acesso em: 08 de Jul. de 2018.

2.    ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Biografia. Aloísio Azevedo. Disponível em: <http://www.academia.org.br/academicos/aluisio-azevedo/biografia>.

Acesso em: 08 de Jul. de 2018.

3.    E LIVROS. Casa de pensão. Disponível em:

<https://www.elivrosgratis.com/download/2394/casa-de-pensao-aluisio-azevedo.html>. Acesso em: 09 de Jul. de 2018.

4.    E LIVROS. Filomena Borges. Disponível em:

<https://www.elivrosgratis.com/download/2417/filomena-borges-aluisio-azevedo.html>. Acesso em: 11 de Jul. de 2018.

5.    E LIVROS. O homem. Disponível em:

<https://www.elivrosgratis.com/download/2422/o-homem-aluisio-azevedo.html>. Acesso em: 10 de Jul. de 2018.

6.    ENCICLOPÉDIA ITAU CULTURAL. Aloísio Azevedo. Disponível em:

<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa5628/aluisio-azevedo>. Acesso

em: 09 de Jul. de 2018.

7.    TRAVESSA. Demônios. Disponível em:

<https://www.travessa.com.br/demonios/artigo/37109029-74bf-4eab-bccd-acd98c3b5159>. Acesso em: 11 de Jul. de 2018.

TRAVESSA. O cortiço. Disponível em: <https://www.travessa.com.br/o-cortico/artigo/0d96de20-ea68-46ed-8284-ec42bec9a9bc>. Acesso em: 11 de Jul. de 2018.

Pesquisa realizada por Else R. P. Vieira e Thaís do Rosário Paiva

©Else R. P. Vieira

Coordenadora do Projeto Integrado “Escritores Brasileiros no Exterior: residência diplomática, literária e acadêmica”, patrocinado pela CAPES/Ministério da Educação, entre as Universidades de Londres (Queen Mary College) e Federal de Juiz de Fora (Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários)