Data de nascimento: 15/10/1915
Data de falecimento: 07/03/1999
Natural de: Rio de Janeiro – RJ
Local de Falecimento: Rio de Janeiro – RJ
Profissões: Professor, diplomata, filólogo,
lexicógrafo, tradutor e crítico literário.
Locais de residência:
- Genebra:
o Vice-cônsul
do Consulado Geral do Brasil em Genebra (1947-1949)
o Secretário
da delegação permanente do Brasil em Genebra, junto à Organização das Nações
Unidas.
- São
Domingos (Rep. Dominicana):
o Terceiro
secretário da Embaixada no Brasil em São Domingos (1949-1951)
- Atenas:
o Terceiro
secretário da Embaixada no Brasil em Atenas (1951-1953)
- Nova
York:
o Primeiro
secretário e depois ministro de segunda classe da delegação permanente do
Brasil junto à Organização das Nações Unidas em Nova York (1960-1964)
- Ruanda:
o Membro
da Comissão de Anistia de Presos Políticos de Ruanda-Urundi (1962)
Minibiografia:
Antônio Houaiss foi filólogo, lexicógrafo,
tradutor, crítico literário, professor e diplomata. Era filho de imigrantes
libaneses, fez os cursos primário e ginasial no Colégio Pedro II, no Rio de
Janeiro. Formou-se perito-contador pela Escola de Comércio Amaro Cavalcanti em
1933, tendo a finalidade de financiar seus estudos. Em 1934, começou a ensinar
português, latim e literatura no ensino técnico secundário da prefeitura,
função que exerceu até 1946. Formou-se em Letras Clássicas em 1942 pela
Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Depois de passar
dois anos ensinando português no Uruguai, ingressou, por concurso, na carreira
diplomática entre 1943 e 1945. Trabalhou
em locais diversos como Genebra, República
Dominicana, Grécia, Estados Unidos e Ruanda, realizando atividades na
Organização das Nações Unidas (ONU). Entre 1957 e 1960, atuou no Brasil como
assessor de documentação do Presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek.
Tornou-se membro da Comissão Machado de Assis
desde sua criação, em 1958, consolidando-se como um dos principais teóricos
brasileiros da ecdótica, ciência que busca estabelecer o texto original de um
autor, por meio da comparação de diferentes versões originais.
Em 1953, durante o Governo Vargas foi afastado
de suas funções, pois foi taxado como subversivo, mas no ano seguinte foi
reintegrado à sua carreira. Após o Golpe Militar de 1964, foi afastado do cargo
diplomático, visto que era declaradamente de esquerda. Começou, então, a
trabalhar como editorialista do Correio da Manhã e dedicou-se
à primeira tradução para o português de Ulisses, do escritor
irlandês James Joyce (1882 - 1941), publicada em 1970. Começou seu trabalho no
mercado editorial participando da edição dos dicionários Barsa de
línguas inglesa e portuguesa, Koogan-Larousse e Webster's, e da
enciclopédia Mirador.
Nos anos 1980, fez parte da Comissão para o
Estabelecimento de Diretrizes que visava aperfeiçoar o processo de ensino e
aprendizagem da língua portuguesa, e começou a elaborar um dicionário, mas este
foi interrompido devido à falta de financiamento em 1992; o projeto foi
retomado cinco anos depois, em 1997, com a fundação do Instituto Antônio
Houaiss de Lexicografia. Em 1985, participou da reorganização do Partido
Socialista Brasileiro (PSB), que havia entrado para a ilegalidade em 1965,
através do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Em 1990, representou o Brasil na
comissão que elaborou o projeto de unificação ortográfica da língua portuguesa
em Lisboa. Em 1993, foi nomeado ministro da Cultura do governo Itamar Franco.
Entrou para a Academia Brasileira de Letras
(ABL), ocupando a cadeira número 17 a partir de 1971; nessa instituição,
organizou o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
- O
pesquisador Gustavo Saboia de Andrade Reis, do Centro Brasileiro de
Estudos Latino-Americanos (Cebela), está compilando material relacionado a
Antônio Houaiss em um blog chamado Memorial Digital Antônio
Houaiss.
Obras:
- Crítica
e Antologia:
Prefácio, in: Vida urbana, de
Lima Barreto. São Paulo: Editora Brasiliense, 1956.
Nesse livro, o autor faz
críticas a diversos temas, desde as questões políticas até os costumes que
surgiam na sociedade carioca da época.
Crítica avulsa. Salvador: Editora Universidade da Bahia, 1960.
Nesse livro o autor faz
uma introdução sobre os contos para então se deter no estudo crítico de alguns
contistas brasileiros.
Seis poetas e um
problema: estudos de crítica literária, estilística e ecdótica. Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint, 1967.
Augusto dos Anjos:
poesia, antologia, introdução e notas de Antônio Houaiss. Rio de Janeiro: Editora Agir,1960.
Prefácio, in: A rima na poesia de Carlos
Drummond de Andrade, de Hélcio Martins. Rio de Janeiro: Editora Topbooks,
1968;
Esse livro apresenta
vários ensaios. De acordo com Houaiss, que fez o prefácio deste livro, o ensaio
de Drummond é uma aprofundada e articulada pesquisa sobre a função das rimas
nos poemas. Esse livro conta também com os ensaios de Pedro Salinas, Julio
Herrera y Reissig, uma peça de Dias Gomes e obras de Machado de Assis.
Introdução, in: Reunião: 10
livros de poesia, de Carlos Drummond de Andrade. São Paulo: Editora José
Olympio,1969.
Esse livro reúne dez
livros de poesia de Drummond. Tais livros são: Alguma poesia; Brejo das almas; Sentimento
do mundo; José; A rosa do povo; Novos
poemas; Claro enigma; Fazendeiro do ar; A
vida passada a limpo; Lição de coisas.
Crítica literária e
estruturalismo, in: II Simpósio de língua e literatura portuguesa. Rio
de Janeiro: Editora Gernasa,1969.
Drummond mais: Seis poetas e um problema. Rio de Janeiro: Editora Imago,1976.
Esse livro reúne estudos
e ensaios de Drummond, Silva Alvarenga, Gonçalves Dias, Augusto dos Anjos,
Joaquim Cardoso e João Cabral de Melo Neto.
Homenagem a Joaquim
Cardoso conferência
proferida em 12 de dezembro de 1977. Rio de Janeiro,1977;
Estudos vários sobre
palavras, livros e autores.
Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1979.
Filologia, Bibliologia e
Documentação: Tentativa de
descrição do sistema vocálico do português culto na área dita carioca,
dialectologia e ortofonia. Rio de Janeiro: s. ed, 1959.
Sugestões para uma política da língua. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e
Cultura, Instituto Nacional do Livro, 1960;
Esse livro é o conjunto
de ensaios, discursos e conferências nos quais o ponto central é a língua
portuguesa.
Introdução filológica
às Memórias póstumas de Brás Cubas, fixação do texto crítico. Rio de Janeiro:
Ministério da Educação e Cultura, Comissão Machado de Assis, 1961.
Elementos de bibliologia. Rio de Janeiro: Ministério da
Educação e Cultura, Instituto Nacional do Livro,1967.
Esse livro trata da
metodologia em relação à bibliografia, transmissão textual, editoração e
reprodução de manuscritos e livros.
A crise de nossa língua de cultura. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
1983.
Esse livro reúne alguns
trabalhos de Houaiss a respeito da transmissão e uso da língua como língua de
cultura.
O português no Brasil. Rio de Janeiro: Unibrade – Centro
de Cultura, 1985.
Esse livro desenvolve a
tese de como a variante brasileira da língua portuguesa surgiu.
O que é língua?. São Paulo: Brasiliense, 1990.
Esse livro tem o intuito
de tentar explicar o que é a língua, como ela funciona e como ela se difundiu.
A nova ortografia da Língua Portuguesa.São Paulo: Ática, 1991.
Esse livro trata do
acordo ortográfico feito em 1991.
Ensaio político: a defesa. Rio de
Janeiro: Avernir, 1979.
Esse livro diz respeito
a feições assumidas pelo poder no país quando há ausência da lei.
Brasil O fracasso do conservadorismo, em colaboração com Pedro do Coutto. Rio de
Janeiro: Ática, 1985.
Os
autores apontam a predominância do pensamento conservador como a responsável
pelo nosso desequilíbrio social.
Brasil-URSS 40 anos do estabelecimento de
relações diplomáticas, obra coletiva. Rio de
Janeiro: Revan, 1985.
Autores: Antonio Houaiss, Boris Volchek, Domar Campos, Aleksei
Manjulo, Romuald Tomberg, João Saldanha, Custódio José sobrinho, Arthur Moreira
Lima.
Esse livro traz
depoimentos dos autores no âmbito da comemoração de 40 anos das relações
diplomáticas entre o Brasil e a União Soviética.
Socialismo e liberdade, em colaboração com Roberto Amaral. Brasília:
Senado Federal, 1990.
Os autores apresentam as
preocupações fundamentais do socialismo contemporâneo. Questões como
estratégias partidárias, conjuntura nacional, as mudanças que ocorreram no
leste europeu e os desafios da política são tratados nesse livro.
Variações em torno do conceito de democracia, em colaboração com Roberto Amaral. Brasília:
Senado Federal, 1992.
Autores: Antonio Houaiss e Roberto Amaral.
Esse livro apresenta a
forma como cada povo faz a sua revolução e luta pelos seus conceitos de
valores.
Socialismo: Vida, morte e ressurreição. Petrópolis: Vozes, 1993.
Autores: Antônio Houaiss e Roberto Amaral
Esse livro apresenta
ensaios que foram escritos em momentos distintos mas representam as opiniões
comuns entre os autores. Tais ensaios exprimem os pontos de vista pessoais dos
autores sobre o socialismo.
A modernidade no Brasil Conciliação ou ruptura? Petrópolis: Vozes, 1995.
Autores: Antônio Houaiss e Roberto Amaral
Nesse livro os autores
se propõem a apontar uma alternativa para o capitalismo monopolista. Buscam
reformas compatíveis com as potencialidades materiais da sociedade. Apenas
através da organização será possível iniciar um processo de mudança no Brasil,
portanto a intervenção analítica sobre a própria história é o caminho a seguir.
Os socialistas e a guerra. Separata da Revista de Informação
Legislativa: v: 28, nº 111. Brasília. Senado Federal, 1991.
Esse livro trata da
relação que os socialistas têm com as guerras.
- Gastronomia
e Culinária:
Magia da cozinha brasileira, iconografia de Alain Draeger.
Porto: Primor, 1979.
Nesse livro o autor
escreve sobre a culinária brasileira, mostrando um pouco de cada região do
país.
A cerveja e seus mistérios. Rio de Janeiro: Salamandra, 1986.
O autor mostra a
trajetória da cerveja desde a antiguidade até a época em que o livro foi escrito.
Destacando os grandes produtos da época, músicas que tratam da mesma e receitas
em que ela é usada.
- Fixação
crítica do texto de clássicos brasileiros:
Obras, de Lima Barreto, em colaboração com Francisco
de Assis Barbosa e Manuel Cavalcanti Proença. São
Paulo: Brasiliense, 1956.
O texto dos poemas,
in: Gonçalves Dias, poesia e prosa escolhida. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1959.
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Rio de
Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1961.
Nesse livro o autor fixa
os critérios de crítica textual que serão adotados pela Comissão Machado de
Assis, criada em 1958, com o aval do então presidente Juscelino Kubitschek de
Oliveira. Além de fazer referência ao descaso em relação a atividade editorial
e gráfica no Brasil, esse texto permite que se constate que o livro produzido
no Brasil precisava de características próprias, visto que se copiava as
feições inglesas e francesas naquela época.
Eu, outras poesias, poemas esquecidos, de Augusto dos Anjos. Rio de
Janeiro: Livraria São José, 1965.
Nesses poemas o autor
trata de temas que ainda hoje são atuais, tais como a solidão, angustia
amargura, crises existenciais e a perplexidade diante das injustiças.
Edições críticas de
Obras de Machado de Assis,
pela Comissão Machado de Assis. Rio de Janeiro / Brasília: Editoras Civilização
Brasileira / Instituto Nacional do Livro, 1975.
- Editoria e organização de obras de referência:
Anais do Primeiro Congresso Brasileiro de Língua
Falada no Teatro.
Brasília. Ministério da Educação e Cultura, Biblioteca Nacional,
1956.
Esse livro descreve o
sistema vocálico do português culto dentro da área carioca.
Novo dicionário Barsa
das línguas inglesa e portuguesa, 2 vols., em colaboração com Catherine B. Avery. Nova
York: Appleton Century Crofts, 1964.
Grande enciclopédia
Delta-Larousse, 12 vols. Rio de
Janeiro: Delta, 1975.
Enciclopédia Mirador
Internacional. São Paulo / Rio de
Janeiro: Encyclopaedia Britannica do
Brasil Publicações Ltda, 1975. 20 vols. e 1 atlas.
Pequeno dicionário
enciclopédico Koogan-Larousse. Rio de Janeiro: Larousse do Brasil, 1979
Vocabulário ortográfico
da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Bloch,
1981.
Webster's dicionário
inglês-português, 2 vols., em
colaboração com Ismael Cardim e outros. Rio de Janeiro: Record,
1982.
Premiações e distinções:
Prêmio Moinho Santista, na categoria Língua.
(1990)
Bibliografia Consultada:
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Antônio
Houaiss. Bibliografia.
Disponível em:
<http://www.academia.org.br/academicos/antonio-houaiss/bibliografia>. Acesso
em: 05 de Jun. de 2017.
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Antônio
Houaiss. Biografia.
Disponível em:
<http://www.academia.org.br/academicos/antonio-houaiss/biografia>.
Acesso em: 05 de Jun. de 2017.
ACERVO MEMORIAL DIGITAL
ANTÔNIO HOUAISS . Banco de dado do Acervo Memorial Digital Antônio
Houaiss.
Disponível em:
<
https://ahmemo.wordpress.com/memorial-digital-antonio-houaiss/>. Acesso em:
15 de Jun. de 2017.
ANTONIO Houaiss. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural
de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2017.
Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa14496/antonio-houaiss>. Acesso
em: 05 de Jun. 2017. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.
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Antônio
Houaiss. In: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/houaiss.html#bio>. Acesso em: 05 de Jun. 2017.
AZEVEDO FILHO, Leodegário. Antônio Houaiss, o
linguista e o filólogo. In: http://www.filologia.org.br/anais/anais%20iv/civ09_5.htm Acesso
em: 55 de Mai. 2018.
BRASIL. Mensagem para o
Presidente da República. Curriculum Vitae. Brasília. 30 de novembro
de 1993.
Disponível em:
<https://ahmemo.files.wordpress.com/2016/07/indicac3a7c3a3o-931.pdf.>
Acesso em: 09 de Jun. de
2017
CARVALHO, José M. A
Academia Brasileira de Letras: subsídios para sua história (1940 –
2008). Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras. 2009 Usado para encontrar
editoras e locais de publicação.
Disponível em:
<http://www.academia.org.br/abl/media/Subsidios%20para%20sua%20historia%20-%20Jose%20Murilo%20de%20Carvalho%20-%20PARA%20INTERNET.pdf>. Acesso
em 15 de Jun. de 2017.
FAPERJ. Comunicação. Arquivo de notícias. Antônio
Houaiss: um homem de múltiplas facetas. Rio de Janeiro. 01 de
dezembro de 2016
Disponível em:
< http://www.faperj.br/?id=3315.2.0>.
Acesso em 05 de Jun. de 2017.
SENADO FEDERAL. Biblioteca Digital. Os
socialistas e a guerra.
Disponível em:
<http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/175906>.
Acesso em: 07 de Jun. de 2017.
Pesquisa
realizada por Else R. P. Vieira e Thaís do Rosário Paiva
©Else R. P. Vieira
Coordenadora do Projeto Integrado “Escritores
Brasileiros no Exterior: residência diplomática, literária e acadêmica”,
patrocinado pela CAPES/Ministério da Educação, entre as Universidades de
Londres (Queen Mary College) e Federal de Juiz de Fora (Programa de
Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários)
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